quarta-feira, 30 de maio de 2007

Eu quero meu R$0,01

Um centavo é um centavo não é?
Esta foi a pergunta, com certo ar de deboche, que a caixa me fez ao cobrar dela o troco de três centavos. Podem achar que sou pão-duro e capitalista ao extremo. Mas a minha atitude vai mais além, leva o nome da minha família, contra a omissão e mesmo parecendo contradição, anti-capitalismo. Como vou explicar o meu padrinho que não junto os centavos e ainda por cima não recebo troco do caixa.

- Meu troco! Desculpe-me senhora, mas quem está errado nesta história é você.
Pense bem, eu que recebo meus sofridos 26.000 centavos, tenho que fazer caridade de sustentar uma empresa. Isso mesmo, estagiário não conta os reais e sim os centavos. Três centavos mais 27 é o meu café, não que seja tão bom, mas é café.Também mesmo se eu passasse pela primeira esquina e doasse a quantia
à alguém, mas é meu! Hoje, com o progresso chinês, compro três balas por um centavo. Isso também se eu quiser, pois quero meu dinheiro e não venha com balas de troco. Caso insista, vou juntar minhas balas e pagar contas. Dessa forma a senhora compra o leite da sua filha com as balas. Aí sim tudo bem.
Se um centavo não fosse dinheiro, Banco Central não custearia a moeda. Guardo-as em um pote e aonde quiser. Elas engordam os porquinhos das crianças, realizam desejos, são amuletos e pagam os meus cafés diários. Um centavo não dá cifras intermináveis, da mesma forma que uma letra não gera palavra, mas a união delas sim. Então por favor, coloquem as moedinhas de um centavo nos caixas, porque eu as exijo como troco. Se quiserem ir buscar no cofre da empresa, tudo bem, eu espero. Agora senhora caixa eu respondo a sua pergunta? Então enfia os centavos no seu cofrinho!